sábado, outubro 23, 2010

Obama e a Religião






Dada a crescente diversidade das populações nos Estados Unidos, os riscos de sectarismo sãos maiores que nunca. O que quer que nos tenhamos sido nós não somos mais uma nação cristã. Pelo menos não somente. Somos também uma nação judaica, uma nação muçulmana, uma nação budista, uma nação indu e uma nação de descrentes.


E mesmo que tivéssemos só cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem ensinaríamos nas escolas? Seria o de James Dobson? Ou de Al Sharpton? Que passagem das escrituras deveriam instruir nossas políticas públicas? Deveríamos escolher o Levítico que sugere que a escravidão é aceitável? E que comer frutos do mar é uma abominação? Ou poderíamos escolher o Deuteronômio, que sugere apedrejar seu filho se ele se desviar da fé. Ou deveríamos ficar apenas com o Sermão da Montanha, uma passagem tão radical que é de se duvidar que o nosso próprio Departamento de Defesa sobrevivesse à sua aplicação.


Nós... Então antes de nos empolgamos vamos ler as nossas Bíblias agora. As pessoas não tem lido a Bíblia, o que me traz ao meu segundo ponto: que a democracia exige que aqueles motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de específicos de uma religião. O que eu quero dizer com isso? Ela requer que as propostas delas estejam sujeitas a discussão e sejam influenciadas pela razão. Eu posso ser contrário ao aborto por razões religiosas, para tomar um exemplo, mas se eu aprovar uma lei proibindo esta prática eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos de minha igreja ou invocar a vontade divina. Eu tenho que explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.


Agora isto vai ser difícil para alguns que acreditam na inerrância da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam, mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha. A política depende das nossas habilidades de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum. Ela envolve negociação, a arte daquilo que é possível. Em algum momento fundamental, a religião não permite negociar; é a arte do impossível. Se Deus falou, então espera-se que os seus seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito de suas conseqüências. Agora, baseados na vida de uma pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, mas basear nossas decisões políticas em tais compromissos poderia ser perigoso. E se você duvida disso, deixe-me dar um exemplo. Nós todos conhecemos a história de Abraão e Isaque. Abraão foi ordenado por Deus a sacrificar seu único filho. Sem discutir ele leva seu filho Isaque montanha acima até o topo e o amarra ao altar. Levanta a sua faca. Prepara-se para agir... como Deus ordenara. Agora nós sabemos que as coisas não deram certo; Deus envia um anjo para interceder bem no último minuto. Abraão passa no teste da devoção a Deus.


Mas é justo dizer que se qualquer um de nós, ao sair desta igreja, visse Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos, no mínimo, chamar a polícia. E esperaríamos que o Departamento de Serviços à Criança e Família tirasse a guarda de Isaque de Abraão. Nós faríamos isso porque nós não ouvimos o que Abraão ouve, nós não vemos o que Abraão vê. Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquelas coisas que todos nós vimos, e que todos nós ouvimos.


A jurisprudência é o bom senso básico. Então nós temos algum trabalho para fazer aqui, mas eu tenho esperança que nós podemos transpor o hiato que existe e superar os preconceitos que todos nós, em maior ou menor grau, trazemos a este debate.


Eu tenho fé que milhões de americanos querem que isto aconteça. Na importa quão religioso eles possam ser, ou não ser, as pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta de ataque. Elas... elas não querem que a fé ser usada para diminuir ou dividir porque elas vêem a fé em suas próprias vidas.


sexta-feira, outubro 22, 2010

Salvador. Pior do que tá...



NOTÍCIA RECENTE:

Mau tempo deixa trânsito intenso em várias vias da cidade (leia +)

NOTÍCIAS ANTERIORES:

Temporal causa estragos na capital. Publicada na capa do jornal A Tarde de 26 de outubro de 2006.  (veja +)

Depois do temporal. Publicada na capa do jornal A Tarde de 1°de março de 2008. (veja +)

Salvador mergulha em mais um dia de caos. Publicada na capa do jornal A Tarde de 9 de maio de 2008. (veja +)

sexta-feira, outubro 15, 2010

Norte e Sul


LEITORA IRRITADA


E-mail recebido da leitora Terezinha Maria terezinha1950@hotmail.com:


O Jornal A Tarde faz 98 anos e nos brinda com uma charge ignóbil, inverídica e imoral. Será debilidade senil? Sou leitora deste vespertino desde a mais tenra idade e nunca pensei que um dia o veria se transformar num fanzine partidário que, vejam bem, é ainda mais baixo do que ser um mero pasquim. A imagem não podia ser mais mentirosa: um mapa do Brasil dividido ao meio sob o título "Dois Brasis", no topo Lula e sua marionete Dilma fazendo o V da Vitória (ou seria da Vergonha?), em baixo Serra e Titirica com a mesma boca parva fazendo um abobalhado legal. Mas quem empurrou o palhaço cearense goela abaixo do eleitorado? Para saber a resposta basta olhar a coligação pela qual o Tiririca se elegeu: "Juntos por São Paulo", composta por PT, PRB, PC do B, PT do B e PR. Ora vejam só, o eleitorado foi feito de bobo pela turma do PT, elegendo como deputado federal um palhaço, para que um certo deputado, que não seria genuinamente alçado ao parlamento pelo voto dos eleitores, pudesse subir no seu vácuo. Então quem deveria estar ao lado de Tirica era a candidata Dilma, uma vez que gozam da mesma companhia. Não é a toa que o idílico casal vermelho (na roupa e no nariz redondo) é o preferido dos eleitores encarcerados. Portanto, o Jornal A Tarde deve se retratar com os seu leitores eleitores conscientes o quanto antes, antes que seja Tarde.