quinta-feira, dezembro 02, 2010

Wikileaks

2 comentários:

  1. Será mesmo leaks ou liars? O tempo dirá!

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  2. ´´Os segredos com os quais Polichinelo não sonhou.``

    WikiLeaks

    Agora, todos sabemos quem é e o que faz essa temível Wikileaks e seu criador com cara de surfista. As manchetes bombásticas dos jornais falam em segredos postos a nu – nada menos do que 250.000 documentos confidenciais deixaram de ser tão confidenciais assim – no fim da aura majestática que cerca a labuta dos diplomatas, na divulgação de pontos sensíveis de várias nações que, sem mais nem menos ficam expostas a atividades terroristas. Claro, os Bin Laden da vida esperavam essas informações para agir. Enfim, falta procurar nas profecias de Nostradamus algo do gênero ´´Ao raiar do dia, homens de grande valor tremerão quando o grande inimigo se apoderar de seus segredos``, ou ´´Alguns entre os homens mais cultos serão repreendidos pela princesa ignorante``.
    Resta descobrir quem seria a ´´princesa ignorante``, exercício predileto dos amadores de palavras cruzadas; poderá ser:
    a. A opinião pública
    b. Hillary Clinton
    c. Dilma Rousseff
    d. Nenhuma das respostas anteriores.
    Como descobrir e, sobretudo, para quê?
    Por sorte, as indiscrições se referem – obviamente - a fatos passados, embora manifestem também desejos futuros, de maneira que não há motivo para excessos de preocupação quanto ao ´´justo que perecerá em meio a chamas``, ao qual se referia o bom, velho e confuso Michel. E se como conseqüência da avalanche de segredos algum perigo terrível surgir? Ah, esses diplomatas linguarudos!
    Será que a diplomacia perdeu seu charme? No tempo de Talleyrand – que Napoleão chamava de sujeira (o termo era pior) em meias de seda – os diplomatas não cometiam indiscrições? De fato, parece pouco provável que Metternich tenha comentado algum hábito extravagante da Corte de Viena, e agora, pronto, descobrimos que Evo Morales tem problemas em cutucar o nariz.
    Caiu por terra a velha definição: Quando um diplomata diz sim, quer dizer talvez; quando diz talvez, significa não; se disser não, não é um diplomata. Ou não? Afinal, eles estavam repassando para a base “opiniões, observações, comentários. O que um australiano conseguiu fazer exigirá longos anos para a calafetação das avarias no casco.
    Depois do alvoroço, um pouco de calma.
    Naturalmente, a quantidade impressionante de mensagens secretas que foram divulgadas impressiona. Mais ainda quando se sabe que vários assuntos só perdem sua confidencialidade décadas mais tarde, quando os governos interessados decidem ter chegado a hora da divulgação.
    Não é possível minimizar um fato. Confidencialidade já era, a menos que se lance mão de estruturas sofisticadas para preservar sigilos. Mesmo assim, a fraude tende a levar a melhor nessa corrida.
    Nos anos cinqüenta, circulava uma piada do outro lado da Cortina de Ferro.
    Numa penitenciária – de segurança máxima nem é preciso dizer – chega um preso político. ´´Qual foi sua pena``, perguntam seus companheiros durante um banho de sol. ´´Peguei 25 anos``. ´´Mas qual foi o delito?``. ´´Peguei 5 anos por ter dito que Stalin era um idiota sanguinário``...´´e mais vinte por divulgar segredos de estado``.
    Em suma, Julian Assange é pior que Larry Rohter?
    Pano rápido.

    Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus` e ´Bucareste`, contos e crônicas (Ed. Letraviva).

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